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PRODUÇÃO DE COGUMELO SHITAKE EM TORAS DE EUCALIPTO

Produção de cogumelo Shitake em toras de eucalipto 
                  

                              


A técnica mais usada para produção de cogumelos é baseada na inoculação do fungo na madeira de eucalipto, deixado em condições naturais dentro da floresta. É importante que a madeira seja inoculada, ainda verde, num prazo de até dez dias após o corte, para a umidade no seu interior necessária para o desenvolvimento do fungo. A medida da tora deve ser de 1 metro de cumprimento, por 15 a 20 centímetros de espessura. Para fazer a inoculação, o produtor vai precisar de uma furadeira, usada para perfurar a madeira, e uma broca especial para cultivo de cogumelos. A inoculação é a primeira etapa do cultivo e precisa ser feita usando um cavalete de ferro para apoiar a tora. O furo deve ser feito numa profundidade de 2,5 centímetros, em linha reta, com espaçamento entre furos de 18 centímetros, respeitando uma distancia de 5 cm de cada extremidades. Tendo como referência essa primeira linha de seis furos, o próximo passo é intercalar a furação da linha de baixo com a de cima. Apenas se deve respeitar uma distância lateral de dois a três centímetros, entre uma linha e outra para que o furo não fique muito próximo. O processo deve se repetir até completar toda a tora. Esse espaçamento alternado vai permitir que o fungo do Shitake se espalhe uniformemente pela madeira. Concluídos os furos, a próxima etapa é fazer a inoculação ou semeadura da madeira. A semente, que apesar de receber esse nome, nada mais é do que um substrato de serragem ou semente de trigo contaminada pelo fungo, deve ser introduzida na madeira. Esse trabalho é feito com o auxílio de um aparelho chamado inoculador. Com ele a semente é depositada na quantidade certa dentro da base do furo. O processo se repete por toda a madeira. Uma das vantagens do cultivo de Shitake é que ele funciona muito bem como atividade complementar. Usando um equipamento de qualidade e pessoal treinado o produtor consegue inocular até 250 toras num único dia. Com isso o produtor diz ter acabado com a ociosidade do seu pessoal. “Quando diminui o trabalho nas outras atividades da fazenda a mão-de-obra vai toda para a produção do Shitake”, afirma. Depois de feita a inoculação, as toras ainda precisam ser impermeabilizadas antes de seguirem para um local, onde vão descansar por um período de oito a doze meses. Usando uma solução à base de parafina e uma enzima todos os furos são vedados. Assim que termina a etapa da inoculação as toras seguem para uma área chamada pelo produtor de incubadora. Lá elas vão ficar por um longo período que pode variar entre oito e doze meses, aguardando o momento de seguir para a frutificação. O choque térmico etapa que consiste em mergulhar as toras, numa caixa d’água fria, por um período de 12 horas é o responsável por deflagrar o processo de frutificação. Esse tempo é suficiente para que a madeira fique encharcada e estimule o Shitake a se desenvolver. Outra forma é observar o apodrecimento da madeira para evitar que passe o momento certo de iniciar a frutificação. As toras ficam dentro da floresta empilhadas numa altura de até 2,5 metros. A condição é de muito pouca insolação o que garante um clima bastante fresco. Como as vendas são irregulares a produção também não é uniforme. Assim conforme os pedidos vão entrando o produtor leva uma quantidade de toras para o choque térmico. Relação custo benefício é vantajosa A frutificação é feita numa estufa comum de armação simples e coberta com lona plástica preta. O cultivo na tora de eucalipto, por ser natural, proporciona uma grande diminuição nos custo de implantação do Shitake. Existem outras formas de se cultivar o Shitake como o cultivo axênico, feito em blocos de serragem, só que nesse método, considerado artificial o custo é bem mais elevado. O produtor terá de montar toda uma estrutura que nas condições naturais são dispensáveis, ressalta. “O custo inicial para o produtor montar uma estrutura para cultivo axênico é de R$ 40 mil, aproximadamente. No sistema natural feito na floresta esse custo diminui para R$ 2,5 mil a R$ 3 mil”. A produtividade do Shitake depende do peso da tora que por sua vez tem relação com a qualidade da madeira. Em condições normais uma tora produz de 600 a 650 gramas de cogumelos frescos. Por isso, a escolha da espécie de eucalipto é um ponto importante. O produtor deve dar preferência para espécies usadas na fabricação de celulose como: Eucaliptos Grandes; Eucalipto Saligna entre outras. A espécie eucalipto Citriodora, usado na fabricação de essências, não é indicada para uso na produção do Shitake devido ao forte cheiro que exala. Segundo o produtor, para quem já tem eucalipto na propriedade, o Shitake é uma ótima opção de renda. Num calculo simples ele mostra o tamanho da diferença entre a venda da madeira como lenha e sua utilização no Shitake. O eucalipto vendido como lenha tem um preço de mercado próximo de R$ 35,00/m³. Já com o Shitake esse mesmo metro cúbico vai render ao produtor um equivalente de R$ 600,00 em cogumelos.

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