PRODUÇÃO DE AMOREIRA PARA ALIMENTAÇÃO DO BICHO-DA-SEDA
Produção de amoreira para alimentação do bicho-da-seda
Não são apenas amoras que a amoreira produz. O principal uso desta árvore está nas folhas, que servem para alimentar o bicho-da-seda para a produção do casulo e extração do fio de seda. A produção, conhecida como sericicultura, é desenvolvida, em geral, em pequenas e médias propriedades rurais, com mão de obra familiar. Essa característica a coloca como uma importante atividade socioeconômica para determinadas regiões do Brasil, como o Centro-Oeste do estado de São Paulo e o Norte do Paraná.
Na maioria das plantações comerciais de amoreira no Brasil, os produtores cortam os ramos pelo método de cepo, de modo que eliminam toda a parte aérea da planta. Este tipo de poda exige frequentes adubações e as reformas periódicas da lavoura precisam ser feitas a cada dez anos, por conta do enfraquecimento dos órgãos de reserva e da menor longevidade da planta.
Visando diminuir estes problemas e triplicar a vida útil da lavoura, a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Gália, realiza pesquisa inédita para introdução de uma nova forma de produção de amoreira, a chamada condução em fuste.
Conduzir uma planta em fuste é manejá-la para que seja formado um arbusto ou árvore – conforme a altura do tronco. “Esta forma da condução da amoreira é utilizada em países asiáticos e europeus, sendo comum no meio urbano, como em praças, jardins e avenidas, e também no rural, em pomares”, diz Antonio José Porto, pesquisador da APTA.
O método também garante o uso de áreas pouco exploradas nas propriedades rurais e permite cultivar a amoreira em consórcio com outras culturas e até com a criação de animais.
Segundo Porto, existem três formas para conduzir uma planta em fuste: o fuste baixo, em que a planta é mantida a uma altura máxima de 0,3 metro do solo; fuste médio, de 0,3 a 1,5 metro do solo, e fuste alto, superior a 1,5 metro. Para o pesquisador da APTA, a escolha da melhor forma de condução da produção dependerá das necessidades do produtor. O pesquisador explica que caso o local não tenha acesso de animais, ele pode utilizar o fuste mais baixo, o que facilita o corte dos ramos ou a coleta dos frutos. Se tiver presença de animais, a altura será definida conforme a espécie. Outra informação importante é a cultura que será consorciada.
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