QUALIDADE DO SOLO: CONCEITO, IMPORTÂNCIA E INDICADORES DE QUALIDADE
Qualidade do solo:
conceito, importância e indicadores da qualidade.

Os solos, quando submetidos a determinados sistemas de cultivo, tendem a um novo estado de equilíbrio, refletido em diferentes manifestações de seus atributos, que podem ser desfavoráveis à conservação da capacidade produtiva destes solos. A avaliação quantitativa da qualidade do solo é fundamental na determinação da sustentabilidade dos sistemas de manejo utilizados. A determinação de indicadores de qualidade de solo se faz necessárias para possibilitar a identificação de áreas problemas utilizadas na produção, fazer estimativas realistas de produtividade, monitorar mudanças na qualidade ambiental e auxiliar agências governamentais a formular e avaliar políticas agrícolas de uso da terra. A escolha de indicadores de qualidade dos ecossistemas está baseada no modelo da prática da medicina humana e animal, que segue uma sucessão de passos, como a identificação dos sintomas, medida dos sinais vitais, realização de um diagnóstico provisório, aplicação de testes para comprovação do diagnóstico, prognóstico e prescrição do tratamento. Esta analogia possibilitou que um conjunto de atributos do solo fosse relacionado e adotado para avaliar a sua qualidade, unificando metodologias e procedimentos estabelecidos anteriormente para avaliar mudanças na capacidade produtiva deste recurso natural.
Indicadores da qualidade do solo podem ser classificados, de um modo geral, em quatro grupos; visuais, físicos, químicos e biológicos. Embora esta divisão em grupos seja usual, é importante salientar que estes atributos e processos, em sua maioria, são inter-relacionados.
Os indicadores visuais podem ser obtidos a partir da interpretação de fotografias aéreas. Ou através de observações diretas, como a exposição do subsolo, mudança de cor do solo, escorrimento superficial, resposta da planta, espécies de plantas daninhas predominantes, entre outras. Evidências visuais podem ser indicadores claros de que a qualidade do solo está ameaçada ou passando por alterações.
Os indicadores físicos estão relacionados ao arranjamento das partículas e do espaço poroso do solo, incluindo densidade, porosidade, estabilidade de agregados, textura, encrostamento superficial, compactação, condutividade hidráulica e capacidade de armazenagem de água disponível. Refletem, primariamente, limitações ao crescimento radicular, à emergência das plântulas, à infiltração e ou movimento da água no interior do perfil do solo e à disponibilidade de água às plantas.
O pH, salinidade, capacidade de troca de cátions, capacidade de suprimento de nutrientes às plantas, concentrações de elementos que podem ser potencialmente contaminantes (metais pesados, compostos radioativos, etc.) ou necessários para o crescimento e desenvolvimento das plantas são considerados indicadores químicos. As condições químicas do solo afetam as relações solo-planta, a qualidade da água, o poder tampão, a disponibilidade de nutrientes e de água para as plantas e outros organismos, mobilidade de contaminantes e algumas condições físicas, como a tendência de formação de crostas superficiais.
Entre os indicadores biológicos estão incluídos: a matéria orgânica, a diversidade de espécies, a massa microbiológica, o nível de respiração do solo, o que possibilita avaliar a atividade microbiológica. O ergosterol, por exemplo, um bioproduto de origem fúngica, tem papel importante na formação e estabilidade de agregados do solo. Populações de minhocas e nematóides têm sido utilizadas como indicadores biológicos.
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